terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Um homem burro morreu - resenhas, matérias e entrevistas


Como fiquei séculos sem postar nada no blog (até ontem), reuni neste mega post tudo que foi publicado sobre meu livro mais recente, Um homem burro morreu. A repercussão foi ótima, com várias resenhas, matérias e entrevistas.

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 Edit: Março/2015
Publicação na Espanha
Um Homem Burro Morreu teve os direitos vendidos para a Espanha, e será publicado pela editora Maresia Libros.

PublishNews: http://www.publishnews.com.br/materias/2015/11/16/made-in-brazil

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Em abril (antes do livro sair), a Folha de S. Paulo publicou o conto inédito "Caetano Veloso se prepara para atravessar uma rua do Leblon".







Link:
http://www1.folha.uol.com.br/ilustrissima/2014/04/1438917-caetano-veloso-se-prepara-para-atravessar-uma-rua-do-leblon.shtml


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Em junho, a Folha publicou uma resenha sobre "Um homem burro morreu", escrita por Ciro Pessoa. 

Link:
http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2014/06/1466315-critica-autor-rafael-sperling-faz-oposicao-ao-esteticamente-correto.shtml
(ou no blog pessoal do Ciro: http://bloguedopessoa.tumblr.com/post/100672689346/sperling-faz-oposicao-ao-esteticamente-correto)

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João Paulo Cuenca comentou o livro no programa Estúdio i, da GloboNews, em 17/07/14 (agradeço muito a ele)



Link: https://www.youtube.com/watch?v=4By-8utJYJM


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A Gazeta (Vitória/ES) publicou uma matéria matéria escrita por Leandro Reis em 14/07/14 (como não há link, coloquei o texto no final deste post)









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O Estado de Minas publicou uma resenha escrita por André di Bernardi Batista Mendes em 19/07/14 (como não há link, coloquei o texto no final deste post)










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O canal "Vamos falar sobre livros?" fez um video falando do livro:



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O canal Livrogram fez um video falando do livro:



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O canal "Leitor ao acaso" publicou dois vídeos sobre o livro. Um com leitores comentando a leitura, e outro com a leitura de trechos.






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Saraiva Conteúdo

1) Matéria sobre o livro no Saraiva Conteúdo.




  Link: http://www.saraivaconteudo.com.br/Materias/Post/58714


2) Em uma matéria sobre contistas, tive a sorte de ser citado pelo André Sant'anna, que respondeu à pergunta "O que ler e por onde começar?" da seguinte forma: “Rubem Fonseca é um ótimo início; ele é um mestre do conto brasileiro e continua produzindo até hoje – aliás, o último livro de contos dele, Amálgama, é excelente. Também gosto muito do Kurt Vonnegut Jr., Jorge Luis Borges, Sérgio Sant’Anna e Rafael Sperling, um escritor da nova geração.”
Link: http://www.saraivaconteudo.com.br/Materias/Post/58091]


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Resenha no Le Monde, por Godofredo de Oliveira Neto.
http://www.diplomatique.org.br/resenhas.php?edicao=85







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Entrevista para o Portal Vírgula, por Fabiano Alcântara
http://virgula.uol.com.br/diversao/literatura/tento-desconcentar-diz-rafael-sperling-aposta-da-nova-literatura-brasileira 



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Um homem burro morreu na Revista Seleções (Reader's Digest) de agosto, na seção Livros, da Claudia Nina.









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Na parte de livros da revista Rolling Stone.
http://rollingstone.uol.com.br/guia/livro/um-homem-burro-morreu/










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Resenha escrita por André de Leones para o Estadão
Link: http://cultura.estadao.com.br/noticias/literatura,rafael-sperling-ilustra-muito-bem-a-distopia-nossa-de-cada-dia,1563103


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Ronaldo Bressane me entrevistou para essa matéria na Revista Status.













Link: http://www.revistastatus.com.br/2014/12/23/garoto-esperto/



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Nos lançamentos d'O Globo, no caderno Prosa.




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Resenha no jornal Rascunho - por André Argolo
http://rascunho.gazetadopovo.com.br/ao-nivel-do-chao/







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Resenha no Jornal Opção - por Sérgio Tavares
http://www.jornalopcao.com.br/opcao-cultural/vida-como-ela-e-25082/







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Michel Laub me deu uma força duas vezes (agradeço muito a ele): 
1) Indicando o livro em seu blog:
https://michellaub.wordpress.com/2014/09/13/fim-de-semana-152/

2) Me indicando para participar do Antessala das Letras. Nesse projeto, um escritor já consagrado recomenda um escritor iniciante. Na publicação, dois contos de Um Homem Burro Morreu e uma ótima ilustração de Gustavo Malucelli:
http://www.antessaladasletras.com.br/dois-contos/

(Aqui, uma matéria da MultiRio com depoimento meu falando sobre o Antessala das Letras: http://www.multirio.rj.gov.br/index.php/leia/reportagens-artigos/reportagens/8464-jovens-escritores-consolidam-trabalhos-pela-internet)


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O jornalista Fabiano Alcantara publicou um dos contos do livro, "Jesus Cristo espancando Hitler", no portal Outras Palavras, na seção "Vale a pena ler primeiro":
http://outraspalavras.net/destaques/ler-primeiro-jesus-cristo-espancando-hitler/

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A Estante Virtual publicou em seu blog um dos contos do livro, "Manual Básico para".
http://blog.estantevirtual.com.br/2015/03/17/manual-basico-para/

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Resenhas em blogs/sites:

1) Bagaceira Talhada - por Kaippe Reis
http://bagaceiratalhada.com.br/li-e-recomendo-um-homem-burro-morreu/

2) Angústia Criadora - por Ney Anderson
http://www.angustiacriadora.com/2014/07/25/cleyton-cabral-e-rafael-sperling-lancam-livros-onde-a-ironia-e-importante-para-o-entendimento-humano/ 

3) Café com Traça - por Eder Alex
http://cafecomtraca.blogspot.com.br/2014/10/um-homem-burro-morreu-rafael-sperling.html

4) Ambrosia - por Fernando Andrade
http://ambrosia.com.br/literatura/curto-circuito-sentido-2/

5) Mundo de K - por Alexandre Kovacs
http://mundodek.blogspot.com.br/2015/03/rafael-sperling-um-homem-burro-morreu.html#.VSwVJPBhS8F

6) O hoje comeu o ontem - por Flavio Quintale
http://ohojecomeuoontem.blogspot.com.br/2015/08/espancando-o-leitor-esquartejando.html

7) Boletim Leituras - por Marco Aurélio de Souza
http://www.boletimleituras.com.br/?p=9971


Uma indicação de leitura no blog Kakaos, do site O Esquema
http://www.oesquema.com.br/kakaos/2014/12/04/kakaos-bag-12/

Teve também indicação do Luiz Biajoni em entrevista para a revista Eels
"(Um homem burro morreu) É a coisa mais maluca que você vai ler em língua portuguesa em muito tempo. São contos surreais, despirocados, escatológicos, uma coisa horrível mesmo. E, por isso, divertidíssimo."
http://www.literatsi.com/entrevista/luiz-biajoni/


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Melhores do Ano

E fechando o post: Um homem burro morreu chegou a aparecer em algumas listas de "melhores do ano".


1) No A Tribuna (Santos/SP) Alfredo Monte diz que Um homem burro morreu foi "o melhor livro de contos deste ano".











Pode ser lido no blog do Alfredo (já que não existe versão online da matéria): https://armonte.wordpress.com/2014/12/30/livros-de-2014/


2) Nos melhores do ano no Ornitorrinco (Carlos H. Schoreder escolhe o livro, e Michel Laub cita meu lançamento)
http://www.ornitorrinco.net.br/2014/12/melhores-leituras-em-2014.html (link original morreu) 
https://ornitorrincozine.wordpress.com/2014/12/10/melhores-leituras-2014/ 

3) Nos melhores do ano no blog do André de Leones
http://vicentemiguel.wordpress.com/2014/11/27/livros-2014/

4) No "Best Brazilian Reads 2014" do blog Gringa Reads, blog da tradutora Zoe Perry
http://www.gringareads.com/2014/12/17/favorite-brazilian-reads-in-2014/

5) Nos melhores lançamentos do ano no Angustia Criadora
http://www.angustiacriadora.com/2014/12/30/melhores-lancamentos-do-ano/

6) Nas recomendações de natal do Casmurros (não é exatamente uma lista de "melhores do ano", mas tá valendo), sendo citado como "o livro de contos mais inclassificável que já tivemos notícia".
http://blogcasmurros.blogspot.com.br/2014/12/presentes-de-natal-2014.html

7) Nos livros que se destacaram em 2014, da revista Eels
http://www.literatsi.com.br/materia/livros-que-se-destacaram-em-2014/

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(texto das resenhas para A Gazeta e Estado de Minas)
 

Jornal A Gazeta (Vitória/ES), 14/07/14
Pílulas surreais para um cotidiano absurdo 
(por Leandro Reis)
“Um Homem Burro Morreu”, de Rafael Sperling, provoca riso desconcertante no leitor 

O assunto é tão antigo que Machado de Assis, em 1873, disse em sua coluna no periódico “Novo Mundo”: “É um gênero difícil, a despeito da sua aparente facilidade, e creio que essa mesma aparência lhe faz mal, afastando-se deles os escritores, e não lhe dando o público toda a atenção de que ele é muitas vezes credor.” 

Machado falava dos contos, forma por vezes vilipendiada em favor dos romances, sobretudo, embora uma nova safra de escritores brasileiros venha lançando bons livros de narrativas curtas. O carioca Rafael Sperling é um deles, autor do recém-lançado “Um Homem Burro Morreu”. A obra, além do “problema” intrínseco sobre o qual falava Machado, tem em seus tecidos uma suposta barreira: a escatologia.

Os contos desse hilário e surpreendente livro viajam por situações estapafúrdias quase a todo momento, a exemplo de uma história sobre Caetano Veloso atravessando uma rua do Leblon – episódio corriqueiro que virou foco de deboche após uma notícia de um site de fofocas sobre o ocorrido –, que aos poucos se transforma em uma distorção da realidade, mas que parece palpável a cada linha.

Ou, ainda, quando Sperling fala sobre a perigosa beleza de Branca de Neve, que atrai anões tarados e um príncipe necrófilo. Pior: uma criança entre os violentos orgasmos de seus genitores. Pior ainda: um homem tão burro ao ponto de não conseguir ligar a sua torradeira e, por isso, morrer.
“Seria isso motivo para rir? Em geral não, mas por algum motivo as ‘pequenas tragédias’ alheias têm algo de cômico”, comenta Sperling. “E por mais que as situações mostradas no livro possam ser absurdas (e muitas vezes fisicamente inconcebíveis), elas de certa forma emulam o que o nosso mundo real tem de doente. Enxergamos ali um pouco da nossa vida, só que transfigurada e distorcida.”

Em suma, o surrealismo de Sperling é tão fora da curva que acaba fazendo sentido em mundo organizado de forma absurda. “Não que eu ache que o real não possa ainda funcionar como narrativa. Simplesmente não vejo muito por que narrar num registro muito realista. Fazer o real na ficção é algo sempre impossível, pois por mais que se aproxime do que chamamos de real, na verdade será apenas uma versão romanceada da realidade”, diz.

Coloquial 

A linguagem do autor, todavia, é “real”, isto é, não apela para o hermetismo que a confusão do mundo denota. Sperling é coloquial, mordaz e não precisa de grandes palavras para descrever grandes ocasiões. Não há acrobacias com o vernáculo.
“Embora as duas coisas andem juntas, na verdade a minha preocupação é muito maior com a linguagem em si do que com o conteúdo”, explica o autor. “Não que o conteúdo não seja importante, mas dou mais valor para a maneira de dizer as coisas, e por isso acho que o que faço tem certa ligação com a poesia.”
Nesse sentido, Sperling aproxima o nonsense do leitor por meio da linguagem ordinária. Por isso, também, “Jesus Espancando Hitler” e o fétido lar de Dante Alighieri parecem tão comuns a nós.

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Jornal Estado de Minas, caderno "Pensar", 19/07/14
A burrice não tem fim
(por André di Bernardi Batista Mendes)

Elogiado por grandes nomes da literatura como João Gilberto Noll, Marcelino Freire e Paulo Scott, o jovem carioca Rafael Sperling acaba da lançar, pela Editora Oito e Meio, seu segundo livro, Um homem burro morreu. Nas 27 narrativas breves da obra, o escritor conduz o leitor por um ambiente aonde reina o grotesco, a violência extrema, o sexo, o absurdo cotidiano, a aniquilação. Sperling mostra uma linguagem simples, corajosa, profundamente melancólica.

Os pequenos textos chegam carregados de relâmpagos. Em “O juiz que queria ser artista plástico”, por exemplo, a narrativa gira em torno de um meteorito que destrói o mundo, enquanto um juiz de futebol que gostaria de ter sido artista reflete sobre sua vida. Tudo o que resta da humanidade após o impacto é a malograda escultura de um atleta que o artista fracassado pretendia finalizar. Já no conto “Banho”, Rafael atira sua flecha certeira ao questionar: “Como saber se já terminamos o banho? É difícil saber se já terminamos de forma satisfatória o banho. Certa vez, um homem morreu tomando banho: ficou tanto tempo lá dentro que derreteu”.

Rafael Sperling está longe de alcançar a sobriedade, o “estilo”, a fúria nada sutil de um Rubem Fonseca. Mas ele parece que sabe disso e, o que é melhor, não está nem aí, ele gosta e aproveita dessa situação para ser ele mesmo, para, meio brincando, malcriadamente mostrar que, aos poucos, pode também ocupar o seu lugar na literatura contemporânea. Rafael sabe, como poucos, que o mundo em que vivemos é estranho, é absurdo demais para flores e floreios. O nosso lugar é, ao mesmo tempo, incongruente e lírico, feio e bonito, muito mais feio, em certo senti- do, que bonito. Rafael não tenta conciliações. E é inevitável, em cada texto Rafael deixa uma certa crítica ácida, instantânea.

É justamente no subterrâneo, é no submundo que o mundo, que a vida propriamente dita acontece de forma mais contundente. É justamente no subterrâneo, é dos porões que surgem as melhores ideias de revolução e movimento. É corriqueiro, sementes precisam de água, mas antes disso as danadas chafurdam, deterioram-se, apodrecem no escuro, com ânsias de céu e sol.

As coisas simples, aquelas que quase não existem, gozam deste privilégio que só o submundo oferece, de mão beijada. É no fundo do poço que surgem os melhores sonhos, ou, pelo menos, os mais verdadeiros. É justamente no subterrâneo que o real ganha ares de realidade, é ali que ele se sobressai, é ali que o real tem a chance de mostrar a sua face perversa, a sua face mais dura, que antecede os não menos verdadeiros traços angelicais que porventura surgem. Bem antes da beleza do jardim existem abismos de fel e feiura.

Partindo desse cenário, Rafael Sperling inventa os seus contos, mostra “uma visão feroz da experiência de se estar vivo”, como disse João Gilberto Noll sobre o jovem escritor. Sperling parte do feio, onde nada é limpo e sustentável, onde quem porventura escreve brinca de garranchos com o auxílio nada luxuoso dos erros.

Toda ironia é furiosa. Ou pelo menos deveria vir carregada destas demasias, destas destemperanças. Rafael Sperling está no mesmo barco, no mundo contemporâneo, um lugar que ainda vive cheio de nódoas num breu de broncas. Tudo que respira conhece de perto a força da violência, do exagero, do desconcerto. Quem vive morde para ser mordido. É isso que tanto enxerga Rafael Sperling. “Nunca estamos limpos o bastante”, “todo mundo já nasce sujo para o mundo”, e chorando horrores. São apenas palavras. Rafael escreve sentindo o cheiro, escreve diante da assepsia dos banheiros públicos.

Rafael percebe um vento que sopra, sempre, para o mesmo lado. Além da raiva e da tristeza, existem por aí rodas-gigantes e carrosséis, pensamentos e pouca ação. Rafael escarnece, ri do esforço de presidentes e presidenciáveis, ri do esforço dos atletas, ri do esforço das mulheres diante do espelho. Rafael carrega nas tintas e pesa sua mão em cima de histórias banais, aparentemente banais e sem sentido, histórias de esporros, raposas e codornas, chás e xícaras, passando pelas fezes do poeta Caetano Veloso. É impróprio para menores o universo de símbolos e signos criados por Rafael Sperling.

INCERTEZAS

Para o filósofo alemão Friedrich Nietzsche, o sofrimento é, antes de tudo, necessário. Sem ele não há sucesso. Para ele, existe a montanha e o topo da montanha. E no meio de tudo, nesse périplo de só subidas, pedras, abismos, circunstâncias, desvantagens. Portanto, não existe um caminho reto até o céu. Rafael fala sobre tantos desvios. Mas, contudo, é preciso, é importante imaginar, fabular para descrer dos malefícios. O Brasil é um país bom para as crianças, é um Brasil de poetas, engenheiros, professores. É bom imaginar para enganarmos, para não termos medo de ruas e viadutos, para não termos medo da patuleia.

É o medo, é a incerteza que inaugura e fecha, sem grande estilo, todo ciclo. Ser ou não ser, eis uma pergunta ridícula, circular, imprópria, boba e desnecessária. É como questionar o lirismo dos cães, é como questionar a chuva, todos os relâmpagos e principalmente as intempéries. Ficamos, sempre, ignorantes, muito aquém de tudo, emporcalhados, com cara do bobo e nariz de palhaço.

Por que só as mulheres usam pantalonas? Por que só elas têm a letra bonita? São perguntas pertinentes que alguns estúpidos, no fundo do poço, fazem. Mas, contudo, a beleza, existe a beleza, a crueza do preto e branco, a literatura, os livros, que salvem um tanto bom. Alguns escritores parecem que já nascem bêbados. Rafael Sperling tomou dos melhores vinhos.

Nascido em 1985, no Rio de Janeiro, Rafael Sperling é escritor, compositor e produtor musical. Seu primeiro livro, Festa da usina nuclear, de 2011, também recebeu elogios da crítica especializada. Suas histórias já foram publicadas em sites, revistas e jornais literários nacionais e foram traduzidas para o inglês, espanhol, francês, alemão, basco e catalão.
 

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