domingo, 27 de setembro de 2009

Posso Te Dar Oi?

-Oi.
-...
-Eu posso te dar oi?
-Sim, claro.
-Ok... oi.
-Olá!
-Hahaha! Olha eu estou te dando oi!
-É verdade!
-Veja só: EU ESTOU TE DANDO OI.
-Olá! Olá!
-Sim, sim, isso, continue!
-OI. OI. OLÁÁÁÁÁÁ!
-OOOOOOOOOOOOOIIIIIIIIIIIIIIIII
-Isso é muito emocionante!
-Nunca fiz algo tão maravilhoso em minha vida. Dar oi é como ter um orgasmo.
-Um não, dois. Ao mesmo tempo.
-Sim, é verdade!
-Oi!.
-Oi!.
-OI.
-OI.
-Olhe, agora estou tocando em você.
-Poxa, é verdade!
-Veja! Veja! ESTOU TOCANDO EM VOCÊ.
-NOSSA. ISSO É BOM.
-Vou tocar mais.
-ISSO. TOQUE NO MEU BRAÇO.
-Ahahaha! Estou tocando na sua barriga agora.
-Isso! Com mais força! MAIS. MAIS.
-Vou socar a sua barriga!
-Soque, vai!
-ESTOU SOCANDO. ESTOU SOCANDO.
-Agora no meu rosto! Depressa!
-Estou tocando!
-MAIS FORÇA. BATA NO MEU ROSTO.
-AAAAHHHHHH. Estou batendo, estou espancando o seu rosto.
-SIM. SIM. Mais! Quebre os meus dentes. Chute minha boca.
-ESTOU CHUTANDO. ESTOU CHUTANDO.
-Nossa, que sensação incrível.
-Hahaha! Vou te matar!
-ISSO. ME MATE.
-ESTOU TE MATANDO. ESTOU TE MATANDO.
-...
-Eh, tá tudo bem?
-...
-Ei, levanta.
-...
-Hum.
-Meu deus! Tem uma pessoa morta, toda ensanguentada, com os dentes quebrados, caída no chão! O que houve com ela?
-Nada. Ela me disse oi.

domingo, 20 de setembro de 2009

Eu Danço Com os Hamsters na Floresta

Eu danço com os hamsters na floresta
Tra-la-la
Eu danço com os hamsters na floresta
Tra-la-la

Nós cantamos muitas canções alegres
E dançamos pelados
Brincamos de pular na lama
E de roer madeira

Soa o alarme:
-É hora de cirurgia cerebral!! Quem se candidata?

Os hamsters ficam gritando como loucos, todos querem ter o cérebro operado.

-Ok, você será o primeiro felizardo.

Abro o cérebro dele. E retiro todo o seu conteúdo.

Lhe ofereço, numa pequena colher, um pouco de sua própria massa cerebral. Ele diz:
-Muito obrigado. É, de fato, muito delicioso. Diria, uma iguaria.

Então ele devora o resto de seu cérebro e voltamos a dançar.


Eu danço com os hamsters na floresta
Tra-la-la
Eu danço com os hamsters na floresta
Tra-la-la

Nós cantamos muitas canções alucinantes
E dançamos nos exibindo
Brincamos de pular no lixo
E de mastigar madeira podre

Soa o alarme:
-É hora de espancar o colega!! Quem se candidata?

Os hamsters ficam gritando como loucos, todos querem ser espancados.

-Ok, você será o segundo felizardo.

Ao meu sinal, todos começamos a espancá-lo. Quando ele está quase morto, vejo que está tentando dizer algo:
-Muito obrigado. Foi, de fato, muito agradável. Estou me sentindo revigorado.

Então ele se levanta de sua poça de sangue e voltamos a dançar.


Eu danço com os hamsters na floresta
Tra-la-la
Eu danço com os hamsters na floresta
Tra-la-la

Nós cantamos muitas canções grotescas
E dançamos esfregando a genitália
Brincamos de pular no nosso próprio cocô
E de comer madeira podre e contaminada

Soa o alarme:
-É hora de cometer suicídio!! Quem se candidata?

Os hamsters ficam gritando como loucos, todos querendo se suicidar.

-Ok, você será o último felizardo.

Ao meu sinal, ele se suicida. Quando ele já está morto, vejo que está tentando dizer algo:
-Muito obrigado. Foi, de fato, uma experiência diferente. Estou me sentindo um pouco estranho, entretanto.

Então, como ele não consegue mais dançar, deixamos seu corpo estirado no chão, para que apodreça, e voltamos a dançar.

A dança continua deliciosa. Mas como tudo que é bom dura pouco, após alguns dias de dança ininterrupta nossas veias e articulações da perna começam a falhar, e começamos a cair pelo chão, lutando ainda, para continuar a dança.

-Não parem! Não parem! Dancem!

Logo me dou conta de que estou estirado em cima de uma montanha de hamsters mortos, madeira podre e contaminada, fezes, lixo, sangue, cérebro, e líquido seminal.

Como não tenho mais condições de me locomover, resolvo cantar uma última canção antes que eu me integre definitivamente à montanha que me acolhe:

Eu danço com os hamsters na floresta
Tra-la-la
Eu danço com os hamsters na floresta
Tra-la-la

Nós cantamos muit...

(Nessa hora eu apodreço e morro)

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Bonita Carta Para Um Fim de Namoro

Patráclia,

Eu te odeio. Eu quero que você morra.
Te desejo tudo de mais horrível que possa ser desejado para alguém.
A nossa relação nunca foi boa de qualquer forma. Sempre foi uma bosta. Um lixo. Um horror.
E você sempre fede. Parece um peido em forma de gente. A sua pele sempre suada, sempre encharcada, peguenta. E o seu sovaco parece que está podre, que morreu e esqueceram de enterrar, um nojo. O seu hálito tem cheiro de esgoto. Caso não tenha notado, sempre vomito quando transamos, eu me dou ao trabalho de virar o rosto para o lado, para que não caia nada em seu escroto rosto. É dificil ficar muito tempo sentindo esse cheiro de esgoto estragado.

Além disso, sua pele é áspera, como uma lixa de unha. Me machuca quando encosta. Isso é, quando as suas verrugas não atrapalham o contato da sua com a minha pele. Parece que 50% do seu corpo é coberto de verrugas grosseiras.

E essas orelhas? Bem que você podia fazer uma plástica e melhorar essa aberração. Parecem as de um elefante. Já o nariz podia perder um pouco desses pêlos, perder um pouco desse bigode nasal. E catarro escorrendo não é sexy.

Você podia ter ido pelo menos uma vez na sua vida ao dentista. Seus dentes parecem ser feitos de bala de caramelo, e estão se desfazendo. Sempre que acordo de manhã ao seu horrível lado, tem alguns pedaços de dente espalhados pela cama.

Você também poderia ter ido à algum fonoaudiólogo ou professor de canto pra melhorar essa sua voz ridícula. Parece uma mongolóide falando. E o seu tímbre vocal é escroto. Parece o meu cu falando. Se meu ânus falasse seria similar ao som que a sua cavidade bucal produz.

O seu corpo é ridículo. É cheio de manchas marrons e roxas. Varizes e deformações. Eu sinto vergonha por você exitir assim. Por que não se mata? Iria fazer muitas pessoas felizes.

As suas unhas podiam não ser amarelas e estarem caindo apodrecidas. O seu pé podia não ser tão cascudo e ter esse odor de queijo. Se livrar das frieiras é uma boa também. Poderia escrever várias página detalhando a sua genitália nojenta, mas quero me privar de ter pesadelos hoje. Melhor não pensar nisso. Assim como é melhor não pensar em sua bunda asquerosa.

Eu te odeio. Com todas as forças do Cosmos. Os seus hábitos são os mais abomináveis.
Sabe, dar a descarga é bom. Especialmente quando se tem diarréia 365 dias por ano. Bom, se você não tem, aparenta ter.

Jogar os restos de comida no chão da sala não é educado. Não aguento mais ficar escorregando em restos de arroz com feijão e tropeçando em ossos de galinha.

Vias públicas não foram feitas para se evacuar. Para isso existem banheiros. Estações de metrô também são vias púbicas. Assim como cinemas. E shoppings.

Não é educado bater em crianças pequenas que você encontra pela rua. Cuspir na cara delas também não é uma boa ideia. Perto do que você faz, roubar o doce de uma criança é uma boa ação.

Pessoas normais quando comem num restaurante utilizam talheres. Não as mãos. Levar a boca diretamente ao prato também não faz parte das regras de etiqueta da sociedade moderna.

Você tentar transar com meu pai também não é algo que eu ache interessante. Nem com a minha mãe. E nem com a minha avó, com minha tia, meu tio, meu primo de primeiro, de segundo, de terceiro, de quarto, de quinto grau, o vizinho, o leiteiro, o porteiro, o gari, o açougueiro, o advogado, o vendor de bala, o mendigo, o cachorro do vizinho, o vira-lata da rua, meus colegas de trabalho, meus colegas de pelada, de academia. Acho que já me fiz entender nesse ponto.

Você tentar transar comigo chega a ser quase ofensivo também. Você trepa mal. Chega a ser vergonhoso. Sua performance sexual é tão ruim que pode ser comparada à performance de um cachorro que tenta realizar um transplante cardíaco. Um cachorro sem pernas.

Da maneira como as coisas estão, é impraticável continuar vivendo ao seu lado. Bom, isso não é viver, é morrer. Lentamente.

Quando você estiver lendo esta carta (se é que você sabe ler, pois pela maneira como você organiza suas falas e pensamentos parece que nunca leu um livro na vida) eu já terei atravessado a montanha de lixo que "decora" a nossa sala e terei girado a maçaneta da porta (com a ajuda de um jornal, para não sujar as minhas mãos de gordura).

Como disse no início da carta, eu te odeio. E quero que você morra. Morra e liberte o mundo de sua existência. Do seu fedor. Do seu nojo. Você é o fenômeno mais nojento da natureza. Com certeza. Sua foto deveria ser utilizada para torturar prisioneiros de guerra. Seria a tortura mais letal. Eu sou um guerreiro. Um vencedor. Consegui ficar todo esse tempo suportando essa sua existência detestável. Se consegui passar por isso, posso aguentar qualquer coisa.

Morra. MORRA.

Com muito rancor e nojo,
Butsloni

P.S. - Essa mancha no meio da carta é de vômito.

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A proposta desse texto me foi passada pela Tatá do http://palavrasinternas.blogspot.com/.
A ideia se baseia numa exposição da Sophie Calle, chamada "Cuide de Você", em que 104 mulheres foram convidadas a interpretar um e-mail de um ex-namorado que quis terminar o relacionamento. Agora vou passar para 5 cinco pessoas a missão de escrever uma carta como essa:

Taiyo (http://limitedapalavra.blogspot.com/)
Álvaro (http://poesialvaro.blogspot.com/)
Henrique (http://palhacadasaparte.blogspot.com/)
Letícia (http://petalasoltas.blogspot.com/)
Luiza (http://trintalivros.blogspot.com/)

Espero ver textos criativos!
Se alguém mais quiser fazer um texto assim , sinta-se à vontade...

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Cotidiano Escolar - ou - Aprendizado, Domínio e Maturação: O Processo Levado às Últimas Consequências. Oh Yeah. (Segunda Parte: Final)

-Continuação de http://somesentido.blogspot.com/2009/09/
cotidiano-escolar-ou-aprendizado.html



Naquele fim de semana.

Heoutogi vai até a casa da professora.

-Ola, querida professora! Toma, flores para a senhorita.
-Ah, obrigada, Heoutogi. Vamos para o meu quarto.

Eles iniciam o Processo.

17 minutos depois eles terminam o Processo.

-Poxa, Heoutogi, realmente, estou impressionada! Que desempenho... Você realmente está dominando o Processo.
-Obrigado. Eu treinei com a minha mãe.
-Muito bem! Gostei da sua iniciativa, afinal de contas, isso é papel dos pais mesmo.

Escola.

Semana seguinte.

-Heoutogi, - diz Carloto - tá rolando uma fofoca de que você domina o Processo todo muito bem. Isso é verdade?
-Sim, acho que é, pelo menos de acordo com o que a professora diz.
-É que o Corea ta dizendo pra todo mundo que ele domina o Processo bem melhor do que você.
-Ah, é? Bom, deixa ele dizer, eu sei que deve ser mentira.

Corea aparece.

-Então, Heoutogi, agora ta achando que é o rei do Processo, não é? Pois eu o desafio para um duelo. Vamos realizar o Processo em público e juízes irão decidir quem é o melhor.
-Eu não acho que seja o rei do Processo, mas se você quer tanto me confrontar, por mim pode ser.

Um mês depois. No dia do confronto processual.

Anacaram, o maior estádio do país, está lotado. Muitos chefes de estado estão presentes. Redes de televisão cobrem o evento, além de haver transmissão ao vivo pela internet. O presidente do país mais poderoso do mundo, Qwerty, e o líder espiritual Poiuytre, discursam antes do início do confronto. Eles falam sobre como esse confronto é importante para o mundo e para as religiões, que ele irá ajudar a unir os homens e suas crenças.

Depois disso, o grande cantor do pop, Djembe Bakurli, que ficou famoso por mudar de cor e por não ter sexo, canta uma linda canção composta especialmente para a ocasião. A letra diz:


"Oh, sim, olha só
Eu sou o melhor, e você é uma bosta
Eu humilho você em público e você chora de emoção, me agradecendo.
Quando eu mato os animais da floresta, sou um artista
Quando roubo o doce da criancinha, sou um cara legal
Quando soco a tua cara, sou sensual
E você não é nada, não adianta nem tentar
Quando faço amor com sua avó,
ela diz que acha você uma pessoa boa
Mas eu digo mais; você não é uma pessoa boa:
Você NÃO é uma pessoa.
(Refrão)
Oh, sim, Oh, não,
sai da frente que eu estou com pressa de chegar no trabalho.
Ontem eu assisti televisão e eu vi a tua cara feia,
então realizei o Processo.
Não há nada neste mundo que me deixe feliz como bala de caramelo.
Ahhhhhhhhhhh!!!!!!! Que legal!!!!!! OH YEAH!!!!!! DRUQI DRUQI PAN"

O público vai ao delírio; canta e balança junto com Djembe Bakurli, imitando suas danças que mexem com a libido e com a cintura.

Então as luzes se apagam e os holofotes iluminam o grande ringue central. Heoutogi e Corea sobem no ringue para que a disputa seja iniciada. O juiz chama ao palco os Objetos que serão utilizados para a realização do Processo. 15 Objetos femininos para cada participante.

Os critérios de julgamento da cópula serão: Qualidade da Cópula, Velocidade, Humor, Bondade, Inteligência Sexual, Cor, Credo, Afinação Vocal, Estilo, Poder de Compra, Beleza Física, Penteado, Raça, Nome Mais Bonito, Melhor Atuação, Melhor Cheiro e Órgão Sexual Mais Bonito.

O juiz apita o início.

Cada participante pega um objeto feminio e inicia a cópula. O público aplaude e se emociona. Pelos próximos 50 minutos, o mundo se deleita com as mais belas imagens sexuais já vistas. Posições magníficas, falas poéticas, jogo de cintura e espírito esportivo, de ambas as partes.

-Heoutogi, você é muito ruim. Eu sou o melhor do mundo.
-Não, Corea, você é muito ruim. Eu sou o melhor do mundo.

Quando terminam a última cópula, os participantes estão empatados em 135.378 pontos cada. Então, seguindo as regras, o juiz convida ao grande ringue central Djembe Bakurli, que, por não ter sexo, irá oferecer um grande desafio na hora do Processo final.

-Quem quer copular primeiro com o Djembe? - pergunta o juiz Maria Pimba.
-Eu - responde Corea.
-Gostaria de lembrar que este último Ato vale apenas 1 ponto. Ok?
-Sim.
-Hum, Sim.

Corea passa 15 minutos estudando a figura de Djembe, pensando como irá copular com alguém que não tem sexo.

Ele tenta de várias maneiras mas não consegue. E desiste.

-Quero ver o que você pode fazer.

Heoutogi estuda o corpo de Dejmbe por alguns minutos e pensa: "Se ele não tem sexo, não posso fazer sexo com o seu corpo. Logo, terei de fazer sexo com sua alma."

-Desculpe, Djembe, mas é por uma boa causa... bom, boa pelo menos pra mim.

Heoutogi mata Djembe com um tiro. Isso, na verdade, é permitido pelas regras do jogo: "Assassinar o objeto de cópula". Apenas poucas situações copulais se beneficiam deste ato, e esta é uma delas.

Então, utilizando técnicas especiais desenvolvidas por ele mesmo, Heoutogi faz com que o espírito de seu pênis saia de seu corpo. E com uma técnica que leu em um blog de culinária, fez com que os espiritos de Djembe e de seu pênis se materializassem aos olhos do público.

No momento em que a alma de Djembe é penetrada, o público explode de emoção.
Heoutogi, já com o seu espírito peniano de volta ao lar, é carregado como um grande heroi.

E para mostrar ao mundo como ele é forte, e o quão fraco é Corea, ele ordena que seus seguidores estraçalhem Corea sem piedade, que eles arranquem seus braços e pernas.
Heoutogi chuta e pisa o corpo ensanguentado de Corea enquanto seus seguidores fazem o mesmo, até que Corea fique desfigurado.

E então todos gritam:

-Viva Heoutogi! O forte que não perdoa os fracos!

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Cotidiano Escolar - ou - Aprendizado, Domínio e Maturação: O Processo Levado às Últimas Consequências. Oh Yeah. (Primeira Parte)

Escola.

Segunda série do ensino primário.

-Eu quero ser bem forte pra poder matar o meu pai - diz Pomânio.
-Muito bom, Pomânio! - diz a professora Uneducla - E você, Glândea, o que quer ser quando crescer?
-Eu quero ser muito lésbica pra poder participar de uma orgia com 20 mulheres.
-Nossa, que bonito, Glândea!
-Eu, eu!!!
-Pode falar Heoutogi.
-Eu quero ser muito rico pra poder transar com você, querida professora!

Gritos de excitação na turma.

-Ah, Heoutogi, assim você me deixa lisonjeada! Olha, eu vou ligar pra sua mãe pra ver se ela deixa a gente marcar algo nesse fim de semana, ok?
-Oba! Obrigado, querida professora.
-Ahhh, mas e eu? Eu também quero transar com você, tia! Por que não eu? - diz Olartio.
-Bom, se é assim... Na hora do recreio vocês irão lutar no ringue do patio. Quem não morrer pede pra mãe me ligar.

Gritos de excitação na turma.


Hora do recreio.

Alunos, professores e a diretoria da escola se reúnem em torno do ringue do pátio.

-Uhuuuull! É isso aí, eu quero ver sangue e ossos quebrados! - grita a diretora Patáclia.
-Eu vou te matar. Vou arrancar sua cabeça fora. EU que vou transar com a professora! - diz Heoutogi.
-Não vai nada. EU é que vou transar com ela. Eu sou mais forte, mais bonito e o meu pau é maior! - diz Olartio.

"IÁÊÊÊÊÊÊ!!!" gritam as pessoas enlouquecidas.

A professora de Religião, Derve, soa o gongo e a luta começa. Heoutogi e Olartio trocam tapas, ponta-pés e arranhoes. Nada muito incomum no dia-a-dia daquela escola comum, daquela cidade comum, daquele país comum, daquele planeta comum, daquele universo comum, daquela dimensão comum.

Após algumas gotas de sangue no chão, pernas mancas, unhas arrancadas, cabelos despenteados, roupas rasgadas, a diretora chama Heoutogi no intervalo do quinto round e diz:

-Toma isso. Mostra que você é forte.

Ela lhe entrega um isqueiro e uma garrafinha com gasolina.

A luta recomeça, e assim que Olartio se distrai Heoutogi joga um pouco de gasolina nos seus olhos. Enquanto ele grita de dor, Heoutogi joga o restante da gasolina em seu corpo e acende o isqueiro. O corpo de Olartio pega fogo. Ele se debate no chão enquanto Heoutogi desfere golpes violentos em sua cabeça. O gongo soa, mas ele não pára de chutar a cabeça do morto. A freira da escola entra no ringue.

-Pode parar, filho, ele já está morto. Esse fraco.

Então ela levanta a mão de Heoutogi e todos aplaudem a sua grande vitória.

-Heoutogi, estou muito orgulhosa de você - diz Uneducla - Vou ligar para sua mãe e marcar o sexo para esta semana!

Na mesma noite.

-Alô? Aqui é Uneducla, professora de Português do Heoutogi, tudo bem?
-Olá, tudo bem! O Heoutogi aprontou desta vez?
-Não, nada disso. É que ele duelou com um coleguinha no ringue do patio e o matou, aquele fracote. Mas não tem problema não, a luta foi devidamente autorizada pela diretoria da escola.
-Ah, que bom! Fico aliviada.
-Eu estou ligando justamente por isso; como Heoutogi ganhou a luta, ele poderá fazer sexo comigo! Gostaria de saber se você o autoriza.
-Ah, Uneducla, como você é generosa! Claro que autorizo, afinal de contas, você á a professora dele.
-Está bem. Mas ele é virgem?
-Sim, sabe como é, muito tímido.
-Hum, será que você e seu marido não poderiam explicar pra ele, mais ou menos, o Processo? Sabe como é, isso é tarefa dos pais, além do que isso vai deixá-lo mais desinibido e safado na hora.
-Ah, pode deixar, hoje após o jantar iremos fazê-lo!

Hora da janta.

-Mãe! Hoje eu matei o Olartio, sabe, aquele garoto que vinha aqui às vezes? Por isso eu vou poder transar com a professora do Português!
-Sim, claro, ela já me ligou. Inclusive os pais do Olartio me ligaram também, agradecendo por você ter matado aquele fraco que era uma vergonha para a nossa sociedade.
-Pois é - diz Mesogras, o pai - como você vai transar com a sua professora, não pode fazer feio. Tem que comer ela bem. Por isso, eu e sua mãe iremos lhe explicar o Processo.
-Ah, que legal, pai!

Quarto dos pais.

Os pais tiram as suas roupas.

-Olha, filho, ta vendo isso aqui? Você tem um parecido aí. Você tem que colocar ele dentro desse buraco da professora, vai ser parecido com esse da mamãe.
-Ah, nossa!
-É, mas não pode chegar e sair colocando. Tem fazer carinho e brincar um pouco com a professora, pra ela ficar no ponto.
-???
-A gente vai te mostrar, presta atenção.

Os pais iniciam o Processo, cada etapa, desde o início, para que o pequeno Heoutogi faça tudo certinho.

-Ah, mas tem que ficar indo e vindo assim, várias vezes?
-Isso mesmo, filho! Você já está entendendo.
-Não cansa?
-Não muito não, cansa menos que jogar bola. Olha, vem cá, fica no meu lugar um pouco.

Heoutogi se atrapalha um pouco no início, mas com a ajuda de seus pais, ele pega o jeito da coisa.

-Muito bem, meu querido! A mamãe está muito orgulhosa de você! Você foi muito bem pra alguém da sua idade. Aquele seu coleguinha, o Torro, foi muito pior do que você.
-Ahahaha! É, ele é um idiota.

Naquele fim de semana.

Heoutogi vai até a casa da professora.

E...

(Fim do Primeiro Tomo. Aguardem o Tomo Final no Próximo Post)